Diabetes Mellitus em Populações Indígenas Brasileiras: Impactos da Transição Nutricional e Determinantes Socioculturais
Palabras clave:
Diabetes Mellitus. Populações indígenas. Transição nutricional.Resumen
O Diabetes Mellitus (DM) é uma condição crônica global caracterizada pela hiperglicemia persistente devido a problemas na secreção ou ação da insulina. A prevalência do DM está aumentando globalmente, afetando especialmente populações vulneráveis, como os indígenas. No Brasil, as comunidades indígenas enfrentam um aumento preocupante das doenças crônicas não transmissíveis devido à transição nutricional e mudanças socioambientais, exacerbando a incidência do DM. Este estudo tem como objetivo revisar a literatura disponível sobre o DM em populações indígenas brasileiras, buscando compreender os fatores de risco e as particularidades genéticas e culturais que envolvem essa condição. Realizou-se uma Revisão Integrativa da Literatura, com busca nas bases LILACS, SciELO e PubMed, de artigos publicados entre 2006 e 2024. Foram selecionados estudos que abordavam a incidência de DM em indígenas, utilizando descritores específicos em português e inglês. Critérios de inclusão foram aplicados para garantir a relevância e acessibilidade dos artigos selecionados. Dos 62 artigos inicialmente identificados, 23 foram incluídos na revisão. Estudos destacam a prevalência variável de DM entre diferentes etnias, influenciada por fatores como localização geográfica, urbanização e mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida. A análise revelou que a transição de dietas tradicionais para ocidentais está associada ao aumento do DM, enquanto fatores genéticos e culturais exacerbam essa vulnerabilidade. O estudo sublinha a complexidade do DM entre indígenas brasileiros, refletindo não apenas fatores biológicos, mas também sociais e culturais. Políticas públicas devem integrar educação nutricional, resgate de práticas alimentares tradicionais e acesso a cuidados preventivos de saúde para enfrentar esse desafio de forma eficaz. Abordagens que combinam medicina convencional com práticas tradicionais podem oferecer soluções adaptadas e culturalmente sensíveis.