Entre o amor que sustenta e o esgotamento que adoece: mães atípicas
Palabras clave:
Autismo. Políticas Públicas. Obstáculos.Resumen
Introdução: A experiência observada em contextos voltados ao atendimento especializado de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) proporcionou uma percepção mais aprofundada da realidade das mães atípicas, especialmente no que se refere à escassez de políticas públicas. Tal carência contribui diretamente para a sobrecarga física, emocional e social dessas mulheres, que vivenciam rotinas exaustivas e, muitas vezes, solitárias. Objetivos: Compreender as vivências desse grupo frente ao esgotamento físico e emocional, buscando fomentar uma reflexão crítica acerca das lacunas existentes nas políticas públicas e do desamparo que atinge aquelas que vivem para cuidar. Metodologia: Este trabalho foi elaborado com base em reflexão teórico-prática, ancorada em relatos contextuais observados durante atividades acadêmicas e complementada por revisão bibliográfica sobre a maternidade atípica, especialmente no contexto do cuidado de crianças com TEA. Resultados: A maternidade, por si só, impõe responsabilidades significativas que se tornam ainda mais desafiadoras quando se trata de mães atípicas. A dedicação constante exigida dessas mulheres resulta em sofrimento psíquico, estresse, sobrecarga emocional e quadros depressivos. Embora se observe um crescimento na criação de leis e projetos voltados à proteção das pessoas com autismo, como o PL 3124/23, que prevê atendimento prioritário – inclusive psicossocial – aos pais atípicos no SUS, e o PL 2774/22, que propõe a redução da jornada de trabalho para mães de filhos menores com TEA, essas iniciativas ainda não contemplam de forma ampla e efetiva a realidade dessas mães. As políticas públicas existentes concentram-se majoritariamente na criança, negligenciando o cuidado com quem cuida. Tal fato foi identificado de forma recorrente nas análises realizadas, reforçando a urgência de uma abordagem mais abrangente. Considerações Finais: A reflexão evidenciou os desafios enfrentados por famílias atípicas, com destaque para a sobrecarga vivida pelas mães. Observou-se uma negligência histórica do poder público, apesar de recentes propostas legislativas indicarem possíveis avanços. Destaca-se, assim, a urgência de políticas públicas que reconheçam e apoiem o papel fundamental dessas mães no desenvolvimento de crianças com TEA.
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