Casos de neoplasia tipo fibroma na porção anterior do crânio de juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum) cultivados em Alvorada D’Oeste, Rondônia

Resumen

O objetivo desse trabalho foi relatar casos de neoplasia tipo fibroma condromixoide na porção anterior do crânio de juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum) cultivados em Alvorada d'Oeste, Rondônia. Em agosto de 2023, foi relatado um surto de mortalidade de 52 juvenis de tambaqui. Os peixes mortos apresentavam um suposto tumor na porção anterior do crânio bem próximo ao opérculo direito. Foi relatado que os peixes apresentavam histórico de baixo ganho de peso e diminuição da ingestão alimentar nos 5 dias que antecederam ao sinistro. Após exame físico dos peixes, não foram encontrados parasitos. Inclusive clinicamente examinados, onde a superfície corporal, nadadeiras, cavidade bucal e branquial foram cuidadosamente analisadas, mas nenhuma anormalidade foi observada, a não ser o suposto tumor no crânio. As amostras para biópsia, foram armazenadas separadamente e em seguida encaminhadas para exame histopatológico e testes imunohistoquímicos. A alteração mostrou áreas com diferentes densidades celulares: algumas ricas em colágeno e outras com mais células infiltrando tecido adiposo. As células tinham formato ovalado, núcleos alongados e citoplasma eosinofílico, semelhantes a miofibroblastos, e células gigantes semelhantes a osteoclastos. Não foram observados sinais de necrose, divisão celular ou calcificações. O tumor não expressava certas proteínas, mas era positivo para ERG. A hibridização in situ para FGF23 revelou positividade irregular. O RNA seq não detectou fusões patogênicas. A massa cranial, de 6,5 × 5,5 × 2,5 cm, foi ressecada e diagnosticada como fibroma condromixoide, causando morte por inanição nos peixes. Os tambaquis foram diagnosticados com neoplasia tipo fibroma condromixoide, que é um tumor benigno de matriz cartilaginosa. Apesar do fibroma ser benigno, causa perda significativa da respiração e eliminação da amônia das brânquias, causando a morte por hipóxia. Além disso, atrapalha os movimentos de natação dos peixes e a alimentação, provocando a morte também por inanição. Não houve evidência de recorrência após 12 meses de acompanhamento na piscicultura.

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