Nefrectomia total oncológica de urgência no Brasil: Estudo longitudinal de 2015 a 2024
Keywords:
Desigualdade em saúde, Nefrectomia, Sistema único de saúdeAbstract
Este resumo integra a contextualização clínica e os resultados de uma pesquisa sobre nefrectomias oncológicas no Brasil. O carcinoma de células renais (CCR), frequentemente tratado com nefrectomia (parcial ou radical), teve suas abordagens cirúrgicas revolucionadas por técnicas minimamente invasivas (robótica e laparoscópica), que oferecem menor tempo de internação e recuperação mais rápida. A escolha do procedimento depende do tamanho e estágio do tumor (T1, T2 ou com trombo venoso), priorizando a preservação da função renal sempre que possível. Metodologicamente, o estudo é descritivo, retrospectivo, com análise quantitativa de dados secundários do SUS (DATASUS) de 2015 a 2024. A amostra abrangeu 5.119 internações por nefrectomia total oncológica. Os resultados revelaram um custo total de aproximadamente R$ 3,95 milhões e uma média estável de 512 cirurgias/ano. No entanto, identificou-se uma forte desigualdade geográfica: as regiões Sudeste e Sul concentraram 78% dos procedimentos. A região Sul apresentou a maior taxa (5,0/100 mil hab.), enquanto Norte, Nordeste e Centro-Oeste tiveram as menores, indicando barreiras de acesso. Conclui-se que, apesar da demanda consistente, há uma gritante disparidade no acesso ao tratamento. O estudo recomenda a implementação de políticas públicas para descentralizar os serviços de alta complexidade, com investimentos em infraestrutura e capacitação de profissionais em regiões menos assistidas, visando à equidade no sistema de saúde brasileiro.