Sepse pediátrica: o desafio do diagnóstico – uma revisão sistemática e meta-análise de (2015-2024)

Abstract

A sepse pediátrica é uma condição de risco de vida, com sintomas sutis que evoluem rapidamente, sendo uma das principais causas de mortalidade infantil globalmente. No Brasil, a carga da doença é substancial, com taxas de mortalidade em UTIs podendo superar 50%. A vulnerabilidade das crianças é influenciada por fatores fisiológicos, comorbidades e determinantes sociais, como o reconhecimento tardio pelos pais. Este estudo realizou uma revisão sistemática e meta-análise de artigos publicados entre 2015 e 2024 nas bases PubMed e SciELO, selecionando 13 estudos. Os resultados mostram que houve avanços na padronização de definições (como o consenso de Menon et al., 2022) e no diagnóstico, com a validação de biomarcadores como a procalcitonina e o potencial de marcadores emergentes. A ecocardiografia também se mostrou uma ferramenta prognóstica útil. Contudo, as intervenções terapêuticas permanecem controversas. Evidências sobre o uso de corticosteroides e a escolha entre cristaloides balanceados ou solução salina para reanimação são inconclusivas, não apoiando um protocolo único. Fatores como as preocupações parentais para o reconhecimento precoce e a ameaça de bactérias resistentes a antimicrobianos também foram destacados como críticos. A conclusão sublinha que, na ausência de um tratamento definitivo, a melhor abordagem clínica depende da capacidade do profissional de integrar as evidências disponíveis para uma tomada de decisão informada e individualizada, destacando a necessidade de mais pesquisas para preencher as lacunas terapêuticas.