Importância do diagnóstico precoce da intervenção terapêutica na leishmaniose: Uma revisão da literatura
Keywords:
Leishmaniose Visceral, Leishmaniose Tegumentar Americana, DiagnósticoAbstract
As leishmanioses são doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidas ao homem por flebotomíneos infectados. Caracterizam-se por amplo espectro clínico, que varia de lesões cutâneas autolimitadas a quadros sistêmicos graves, a depender da espécie envolvida e da resposta imunológica do hospedeiro¹. No Brasil, destacam-se a Leishmaniose Visceral (LV) e a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), ambas de ampla distribuição e associadas a expressivo impacto epidemiológico, sanitário e econômico. A LV possui relevância particular por sua alta incidência e potencial de evoluir para formas graves e letais, principalmente quando associada à desnutrição ou a infecções concomitantes. Nas últimas décadas, verificou-se o ressurgimento da doença em diferentes regiões do mundo e a ocorrência de epidemias urbanas no Brasil, além de sua associação com casos de coinfecção pelo HIV. Nesse contexto, complicações infecciosas e hemorragias figuram entre os principais fatores de risco para óbito, o que evidencia a importância do diagnóstico precoce e da instituição rápida de medidas terapêuticas eficazes. O processo inicial dos parasitas de leishmania é causar feridas no local da picada do mosquito-palha. Se a doença progredir, ataca o sistema imunológico. Ocalazar se manifesta de dois a oito meses após a infecção com sintomas mais generalizados, incluindo febre prolongada e fraqueza. O período de incubação pode variar de poucos dias a mais de um ano, mas normalmente dura em torno de 2 a 8 meses. Os testes mais efetivos para diagnóstico de leishmaniose são invasivos e potencialmente perigosos, pois demandam amostras de tecido, gânglios linfáticos ou da medula óssea. Esses testes necessitam de instalações laboratoriais e especialistas que não estão disponíveis imediatamente em áreas endêmicas e com poucos recursos. Apesar da existência de protocolos terapêuticos padronizados, persistem desafios como toxicidade dos fármacos, resistência parasitária e abandono do tratamento. Dessa forma, a eficácia do manejo clínico não se limita ao diagnóstico e prescrição medicamentosa, mas requer acompanhamento multiprofissional contínuo, capaz de identificar precocemente efeitos adversos, falhas terapêuticas e complicações. Além disso, estratégias de monitoramento e educação em saúde são fundamentais para garantir adesão, reduzir a morbimortalidade e minimizar o risco de resistência. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo revisar a literatura científica recente acerca da LV e da LTA, analisando a importância do diagnóstico precoce e da intervenção terapêutica, além de discutir estratégias de acompanhamento clínico capazes de impactar positivamente a adesão, o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.