Osteomielite craniana no Brasil: Padrões e impactos (2015-2024)
Keywords:
Antibioticoterapia, Cirurgia de urgência, Sistema Único de Saúde (SUS)Abstract
O objetivo desse trabalho é promover a compreensão da epidemiologia, as abordagens terapêuticas adotadas e os resultados obtidos em nosso sistema de saúde são fundamental para subsidiar a otimização de protocolos, a redução de complicações e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A osteomielite é uma infecção óssea grave, frequentemente causada pela bactéria Staphylococcus aureus, que acomete o osso, medula e tecidos moles, podendo levar à necrose óssea (sequestro). De acordo com o PCDT do Ministério da Saúde, a doença pode ser aguda, subaguda ou crônica, e ter origem hematogênica, por contiguidade ou associada à insuficiência vascular, sendo comum em pacientes diabéticos. O tratamento combina cirurgia e antibioticoterapia prolongada. O desbridamento cirúrgico é essencial para remover tecido necrótico e reduzir a carga bacteriana, enquanto o uso de antibióticos direcionados previne recorrências. Em casos graves, como abscessos cranianos, a cirurgia de urgência é vital para evitar sepse e salvar a vida do paciente. Este estudo descritivo e retrospectivo analisou dados do DATASUS entre 2015 e 2024 sobre cirurgias de urgência para osteomielite craniana no Brasil. Foram registradas 2.829 internações, com custo total de R$ 7.142.034,03 e taxa média de mortalidade de 3,40%. As regiões Sudeste e Nordeste concentraram 74% dos casos, evidenciando desigualdades no acesso ao tratamento. Houve queda acentuada nas internações em 2020-2021, associada à pandemia de COVID-19. O alto custo médio por internação (R$ 2.524,58) e as disparidades regionais ressaltam a necessidade de protocolos padronizados, fortalecimento da rede de referência e capacitação profissional, visando reduzir complicações e melhorar a qualidade do atendimento no SUS.