Hospitalizações por diabetes em adultos no interior da região norte do Brasil
Resumo
O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica e grave que constitui um desafio significativo para a saúde pública em escala global. Estima-se que aproximadamente 3% da população mundial seja afetada pelo DM, e projeções indicam um aumento nessa prevalência até o ano de 2030. Essa crescente prevalência do DM ressalta a importância de medidas preventivas e de controle efetivo da doença para reduzir seu impacto na saúde das pessoas e nos sistemas de saúde em todo o mundo (MUZY; Jéssica et al,2021). De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (2023), houve um alarmante aumento de 16% na incidência do diabetes mellitus na população mundial nos últimos dois anos (2019-2021). No Brasil, essa doença figura entre as principais causas de morte, tendo registrado 214 mil óbitos somente este ano, afetando pessoas entre 20 e 79 anos. Com o intuito de conscientizar e alertar sobre essa condição de saúde, é fundamental promover a prevenção e o controle efetivo dessa doença, a fim de mitigar seu impacto na saúde das pessoas e nos sistemas de saúde. A Sociedade Brasileira de Diabetes (2023) classifica o DM de acordo com sua etiopatogenia, compreendendo o diabetes tipo 1 (DM1), o diabetes tipo 2(DM2), o diabetes gestacional (DMG) e os outros tipos de diabetes. Outras classificações têm sido propostas, incluindo alguns subtipos de DM, de acordo com as características clínicas. O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é mais comum em crianças e adolescentes, caracterizado por uma deficiência grave de insulina devido à destruição das células ß, associada à autoimunidade. Sua apresentação clínica é abrupta, com propensão à cetose e cetoacidose, o que demanda a necessidade de insulinoterapia plena desde o diagnóstico ou após um curto período. O diabetes tipo 2 (DM2) é o tipo mais comum de diabetes e está frequentemente associado à obesidade e ao envelhecimento. Ele se manifesta de forma insidiosa e é caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial na secreção de insulina pelas células ß pancreáticas, juntamente com alterações na secreção de incretinas. Além disso, frequentemente apresenta características clínicas relacionadas à resistência à insulina, como acantose nigricans e hipertrigliceridemia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023). O tratamento do DM visa a manutenção do controle glicêmico e metabólico, sendo fundamental a fidelidade do paciente para evitar complicações associadas. O paciente com DM precisa ser orientado a seguir tanto a prescrição de medicamentos como as mudanças de estilo de vida, que compreendem dieta específica e a prática de atividade física. No caso de uso de medicamentos, existem duas opções de tratamento: os antidiabéticos orais e a insulinoterapia a depender da classificação do DM e manifestações clínicas (MARQUES et al., 2021). Neste contexto, os profissionais de saúde, em especial a enfermagem objetiva a prevenção do DM, através de ações de promoção da saúde com enfoque em hábitos de vida saudáveis, desenvolvidos principalmente na Atenção Primária à Saúde. E, em outro contexto, a enfermagem também atua diretamente com o paciente na assistência, com enfoque no controle e manutenção do tratamento, bem como prevenção de agravos e ainda em situações de emergências relacionadas ao DM. (MARQUES et al., 2021). Vale destacar a importância da assistência prestada pelos enfermeiros na atenção primária tendo em vista que as unidades básicas de saúde são a porta de entrada aos portadores de diabetes. A prática das orientações contínuas realizadas pelo enfermeiro, com ênfase no autocuidado são de baixo custo ao sistema único de saúde e se mostram eficazes na atenção primária, minimizando os riscos de complicações do DM, posto isto, a eficácia do tratamento e cuidados ao portador da diabetes mellitus engloba esforços de toda equipe multidisciplinar, sendo o enfermeiro peça fundamental pela proximidade com o indivíduo, além de utilizar ferramentas baseadas em evidências, tais como a sistematização da assistência de enfermagem em todos os âmbitos em que o paciente com DM se encontra (COSTA; DEHOUL, 2022). Com isso, o presente estudo justifica-se por abordar uma temática altamente relevante na saúde pública, visto que, o número de pessoas com diabetes mellitus tem sido crescente e preocupante. Há uma necessidade de abordagens que estimulem a implementação de medidas que proporcione com efetividade a promoção e prevenção do DM, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida. Diante disso, o objetivo deste estudo foi descrever o número de hospitalizações de adultos portadores de DM em um hospital público no interior da região norte do Brasil.