A interferência do tempo de fecundação in vitro nas taxas de blastocisto e clivagem
Palavras-chave:
Fecundação; clivagem; blastocisto; FIV; co-incubaçãoResumo
A pecuária no Brasil vem crescendo constantemente através do emprego de biotecnologias que são capazes de maximizar os resultados e índices reprodutivos, entre as biotecnologias podemos citar a PIVE que se destaca por colaborar com a diminuição do intervalo entre as gerações e com a seleção de novos reprodutores (LUEDKE, 2018). A PIVE (produção in vitro de embriões) é uma técnica que reúne vários outros procedimentos, como a OPU (ovum pick up - aspiração folicular), MIV (maturação oocitária in vitro), FIV (fecundação in vitro), e CIV (cultivo embrionário in vitro). Essa técnica tem sido usada comercialmente por algumas empresas com resultados razoáveis, tendo como principal objetivo comercial a obtenção de embriões viáveis de fêmeas que não estão mais aptas a produzirem descendentes de outras formas. Pode ser utilizado em fêmeas a partir do 6 mês de idade, em gestantes até o terceiro mês e no período de 2 a 3 semanas pós parto (BUENO e BELTRAN, 2008). A OPU é realizada através de aspiração folicular guiada por ultrassom, sendo responsável pela obtenção do material genético das fêmeas (SILVA et al, 2021), essa técnica possui a vantagem de poder ser realizada em qualquer fase do ciclo estral sem interferir no estado fisiológico do animal, uma vez que não necessita de intervenção hormonal (LUEDKE2018). Nesse processo, um sistema de bomba a vácuo acoplado à uma agulha hipodérmica descartável, faz a recuperação dos oócitos e do líquido folicular direcionando em um tubo coletor, este material coletado será lavado e transferido para tubos para serem transportados até o laboratório para maturação (GOODHAND et al, 1999). A MIV é o processo pelo qual os oócitos passam por várias alterações nucleares e citoplasmáticas, que permitem a eles expressarem seu potencial máximo de desenvolvimento após a fecundação, sendo considerado uma das etapas mais importantes da PIVE (GOTTARDI e MINGOTI, 2009). A FIV ocorre no dia 0 (D0) e é a fusão do oócito com o espermatozoide (após sua capacitação) dando origem ao zigoto (SIRARD, 2017). Após o tempo de fecundação, as estruturas são lavadas e transferidas para placas com microgotas de meio de cultivo específico, recobertas com óleo mineral (LOIOLA et al, 2014). Durante a CIV o zigoto passa por diversas divisões celulares até se constituir em blastocistos, estágio adequado para a transferência ao útero (MELO et al, 2016). O meio de cultivo é renovado no terceiro e no quinto dia, e os prováveis zigotos permanecem nessas gotas por seis dias (LOIOLA et al, 2014). É nesse período de desenvolvimento pré-implantação que irá ocorrer a ativação do genoma embrionário, as divisões celulares, compactação dos blastômeros e o início da diferenciação embrionária com a formação do blastocele (HOSHI, 2003). As condições do cultivo in vitro são de extrema importância para que sejam alcançados bons índices de produção, por isso há inúmeras pesquisas sendo realizadas visando avaliar os diferentes fatores intrínsecos e extrínsecos que podem afetar o metabolismo e a capacidade de desenvolvimento destes embriões (NAGAI, 2001). Este trabalho tem como objetivo comparar o tempo da fertilização in vitro e o seu impacto na taxa de clivagem e na produção total de blastocistos.