Relação entre desmonte dos órgãos ambientais, queimadas e incêndios florestais e saúde pública
Palavras-chave:
Pandemia., Covid-19, Fiscalização, Meio Ambiente.Resumo
Em 2019, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foram reestruturados de forma abrupta, fato que diminuiu o poder fiscalizatório desses órgãos, gerando drásticas consequências socioambientais aliadas, principalmente, às queimadas e incêndios florestais. Neste ano, a devastação do fogo nas florestas continuou aumentando, desta vez, agravando a situação de saúde pública enfrentada no país pelo Covid-19. Objetiva-se, assim, identificar a relação entre os desmonte dos órgãos ambientais, queimadas e pandemia. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir de revisão de literatura. Sabe-se que a covid-19 afeta o sistema respiratório dos pacientes infectados e que as florestas, durante a queima, se tornam grandes emissoras de dióxido de carbono, fato que além de intensificar a crise climática, gera maiores riscos aos que atestam positivo para o coronavírus, especialmente, daqueles portadores de outras doenças crônicas respiratórias. Um dos fatores que tem contribuído para o aumento das queimadas é o desmonte dos órgãos ambientais. Em maio de 2020, por exemplo, o ICMBio teve 11 de suas coordenações regionais fechadas. Além disso, o desfalque de servidores que corroboram para a fiscalização nos órgãos ambientais, bem como para combater o fogo tem favorecido o cenário atual de caos. Considerando que as queimadas e incêndios florestais não se trata apenas de um problema ambiental, mas de saúde pública, ainda mais diante do quadro pandêmico contemporâneo, necessita-se imediata revisão da atuação do governo na estrutura organizacional para efetivação de políticas ambientais.