A internacionalização do varejo a partir dos casos Wal-Mart
Resumo
Desde muito tempo que as multinacionais fazem parte da cena econômica mundial. Ainda no século XIX, empresas inglesas exploravam ferrovias em territórios inóspitos das Américas e da África. O objetivo aqui é entender a internacionalização das empresas de auto-serviço, que cresceram significativamente na segunda metade do século XX e sua internacionalização, que ocorreu a partir das últimas décadas do mesmo século (FELIX, 2020). As empresas multinacionais já detêm poder econômico sobre a maioria dos países do mundo. Em 2004, o faturamento bruto da Wal-Mart foi de US$ 256 bilhões, enquanto o PIB brasileiro em 2003 foi de US$ 497 bilhões, ou seja, uma única empresa tem um faturamento que supera a metade da produção de riquezas de nosso país (COSTA; GODOY, 2012). As abordagens mais recentes procuram ressaltar o enfoque global da moderna corporação, definida como empresa de grande porte que, a partir da base estabelecida nacionalmente, estendeu sua atuação para o exterior através da implantação de filiais, seguindo uma estratégia e uma organização concebidas em escala mundial. A expansão no mercado interno e externo - por meio do estabelecimento de filiais e subsidiárias, aquisições e/ou fusões - propicia o uso mais racional de fatores produtivos subutilizados. A existência de serviços produtivos ociosos -tecnológicos, de escala, produtivos é uma característica da firma capitalista. Dada essa condição, há uma propensão ao crescimento das firmas, porque a expansão propicia a redução dessa ociosidade e agrega ganhos de eficiência às firmas. A internacionalização das operações apresenta-se como alternativa para tais ganhos. Esse processo gera "economias" de crescimento identificadas como: a) ganhos derivados das plantas já existentes, provenientes de economias de escala, técnica e administrativa; b) ganhos derivados da expansão, como vantagens de custo em criação de demanda, política de marketing, entre outros (PAULA; MAZZETTO, 2011). A internacionalização das empresas acontece em função de um conjunto de ativos específicos que ela possui e que são únicos, definindo vantagens associadas às economias de escala, conhecimento, à existência de sistemas de distribuição, à diversificação dos produtos. As multinacionais, ao decidirem expandir suas operações no exterior, observam uma série de elementos antes de escolher os países, tais como o estágio de desenvolvimento, o grau de industrialização, o tamanho do seu mercado interno, a logística de transporte e as condições políticas. As decisões também são afetadas pela prática de políticas protecionistas, custos de transporte, preços dos insumos, políticas e incentivos ao investimento direto estrangeiro. O sentimento predominante entre os dirigentes da Wal-Mart é o de que sua expansão internacional se dará em cerca de 20 países, sendo que a empresa já atua em cerca de dez. A estratégia de longo prazo para seu programa internacional é tornar a companhia real- mente global. Isto significa encontrar parceiros globais para gerir as nossas diversas operações internacionais. Isto significa criar um sistema global de distribuição e transporte, e construir relacionamentos mais próximos entre os EUA e os lados internacionais da empresa (COSTA, 2005). O texto tem como objetivo entender a história da Wal-Mart, uma das maiores empresas internacionais do varejo, assim como a estratégia empregada na ocupação dos mercados fora de seus países de origem. Estudará como se originou nos negócios varejistas, sempre foram inovadoras em formatos de lojas e no uso intensivo de tecnologia, além de se apresentar como intensiva em capital humano, destacando-se como a primeira empregadora mundial de mão-de-obra. Além disso, o texto visa acompanhar sua evolução nos quesitos que indicam o crescimento no aumento de lojas, número de funcionários e faturamento bruto.