Efeito do surfactante exógeno em récem-nascido pré-termo com síndrome do desconforto respiratório: uma revisão de literatura

Autores

  • Emily Lorania Almeida de Sena et al., Centro Universitário São Lucas Ji-Paraná

Resumo

No Brasil, a cada ano, aproximadamente 340 mil bebês nascem prematuramente. A prematuridade é um dos principais fatores que contribuem para a morbimortalidade em neonatos. Sendo classificada em prematuro ou recém-nascido pré-termo (RNPT) aquele bebê nascido com menos de 37 semanas (BRASIL, 2022). Durante a gravidez, as funções fisiológicas do feto são mantidas pela mãe através da placenta. Com o nascimento, o recém-nascido passa a assumir suas próprias funções fisiológicas e, nesse processo, os prematuros muitas vezes enfrentam desafios e têm uma maior probabilidade de apresentar alterações em seu desenvolvimento. (KREY, 2016). A maturação adequada dos pulmões é de suma importância para o recém-nascido. Os alvéolos devem estar aptos a se encherem de ar no momento do nascimento e permanecerem abertos, permitindo que o prematuro respire de forma independente. Isso é viável, principalmente graças ao surfactante, uma substância produzida nos pulmões que atua na redução da tensão superficial nos alvéolos (REIS, 2022). A síntese do surfactante tem início a partir da 20° semana de gestação pelos pneumócitos tipo II, porém, sua concentração total só atinge níveis adequados próximo ao final do estágio fetal. O processo de produção desse surfactante eficaz está intimamente ligado ao aumento dos níveis de cortisol fetal, que ocorre entre a 32ª e a 34ª semana de gravidez. Quando se aproxima das semanas 34 a 36, ​​uma quantidade substancial de surfactante é secretada nos alvéolos e liberada no líquido amniótico (SCHITTNY, 2017). Consequentemente, uma gestação com menos de 37 semanas resultará em desregulação no processo de desenvolvimento e maturação do sistema respiratório do recém-nascido. Isso pode causar a síndrome do desconforto respiratório (SDR), descrita pela deficiência primária de surfactante e imaturidade pulmonar. Esta síndrome é considerada a causa mais significativa de morbimortalidade em prematuros (FERRARA et al., 2023; LUCA, 2021). A deficiência de surfactante, que é uma característica dos pulmões em desenvolvimento, resulta no colapso dos alvéolos, causando desconforto respiratório nas primeiras horas de vida. O surfactante exógeno é indicado como tratamento em recém-nascidos prematuros com SDR. A terapia de reposição do surfactante modifica os efeitos provocados pela sua insuficiência natural no sistema respiratório do prematuro (FIORENZANO et al., 2019; REIS et al., 2022). O estudo tem por objetivo demonstrar a eficácia do uso de surfactante exógeno em recém-nascidos pré-termo com síndrome do desconforto respiratório.

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Publicado

2024-01-08