Danos ambientais e sociedade vulnerável em torno de esgotos a céu aberto
Resumen
A escassez de água e a superpopulação urbana é um dos maiores problemas ambientais iminentes da vida moderna. É por este motivo que a discussão acerca da busca por meios alternativos para o reaproveitamento do recurso e o saneamento básico são pautas cada vez mais recorrente na agenda do mundo empresarial, de órgãos ambientais, de governos em todas as suas esferas e do próprio cidadão (BARBOSA & BALTAR, 2022). Realmente, é a postura de todos estes setores da sociedade em relação a uma utilização mais consciente deste bem natural que define seu curso no futuro - e ele corre em paralelo à adoção crescente de alternativas viáveis de reaproveitamento (HESPANHOL, 2002), (BARBOSA & BALTAR, 2022). A poluição dos recursos hídricos, como resultado dos lançamentos de resíduos resultantes dos usos e atividades antrópicas, é uma alteração que pode acarretar sérios prejuízos ao homem e ao meio ambiente. As leis existentes no Brasil poderão servir de base para a padronização da prática de reuso no País. Os recursos utilizados nos dias de hoje para a reutilização de água são muitos, os métodos vão de tratamento de água já utilizada, desde água domestica a industrial, até dessalinização de água do mar, em alguns países. (BRASIL, 2006), (DIAS, 2012). O aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capacidade produtiva dos mananciais, à contaminação das águas e ao desperdício conduzem a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público ( RODRIGUES, 2005), (BRASIL, 2006). O foco de atitudes sustentáveis é principalmente a conservação da água, no entanto essas atitudes acabam trazendo consigo outras boas consequências, como por exemplo, a economia do valor sobre o uso de água tanto por indústrias, quanto consumo doméstico, redução dos esgotos urbanos, aumento da resistência à erosão; Aumento da produção de alimentos (irrigação agrícola), elevando os níveis de saúde, qualidade de vida e de condições sociais (CARVALHO, 2014). Esgotos, nada mais são do que, uma combinação de água e matéria orgânica (fezes, urina e água do serviço doméstico), 99% do volume do esgoto pode ser água e 1% ou mais. No caso de esgotos clandestinos ou os expostos a céu aberto, ainda contam com o descarte incorreto de lixo da população dos arredores (BARROS, 2017). Esse problema aafeta diretamente a saúde da população. No ano de 2009, a Organização Mundial de Saúde – OMS, alertou que 88% dos óbitos por diarreia, no mundo, são causados devido a precariedade no saneamento básico, afirmando então a relação direta da doença com a ausência ou precarização de saneamento (WHO, 2009). A OMS ainda afirma que, é necessário investir mais em saneamento, visto que, a cada dólar investido, 4,3 dólares com gastos em saúde seriam economizados, mundialmente (Ibid., 2014). Em 2014, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentou dados, por meio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que afirmam que a cada 3 domicílios no Brasil, 1 não esta conectado às redes coletoras de esgoto. No entanto, os numeros são ainda mais alarmantes na região norte, onde 21,2% das residências estão ligadas a rede de coleta. E ainda, 39% do esgoto produzido no Brasil não é tratado, de acordo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2013). Desta forma, esta pesquisa buscou analisar a situação de vida de pessoas que habitam nas proximidades de esgotos a céu aberto, como são afetados por essa situação, como os governantes deveriam e como arcam com a responsabilidade sob a situação dessa população carente e possíveis soluções