Revisão de literatura referente ao vaginismo
Resumen
Atualmente, o vaginismo é classificado na categoria de dor genitopélvica/distúrbio de penetração, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5 Associação Psiquiátrica Americana,2013; Topdagi et al., 2020). A Organização Mundial da Saúde, em sua Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11), enfatizou a dor associada ao vaginismo e a categorizou como um distúrbio da dor de penetração sexual feminina ( Organização Mundial de Saúde,2021). O vaginismo pode ser classificado de acordo com a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) e o Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM-V) como primário, quando a mulher nunca teve relações sexuais, ou secundário ou adquirido, quando a mulher perde a capacidade de ter relações sexuais, geralmente como resultado de dispareunia adquirida secundária a eventos físicos, fatores mentais e psicológicos, infecção ou alterações da menopausa. Além disso, o vaginismo é classificado como vaginismo total, onde a relação sexual não é possível, e vaginismo parcial, em que a relação sexual é possível, mas causa dor genital (Associação Psiquiátrica Americana, 2013; Organização Mundial de Saúde. Classificação Internacional de Doenças, 2021; Velayati et al., 2019; Fageeh et al., 2011). A disfunção sexual, cuja prevalência varia entre 20 a 73% nas mulheres, é um comportamento resultante de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais, que se torna um bloqueio total ou parcial da resposta sexual do indivíduo, relacionada ao desejo, à excitação e ao orgasmo (PRADO et al.,2010;VETTORAZZI et al.,2012). A sua incidência no número de consultas por disfunções sexuais varia entre 5 e 20% (Mears et al.,1978; Bancroft et al.,1983; Heisler et al.,1983; Spector et al., 1990; Lahaie et al.,2010 ), mas é altamente provável que seja subnotificada devido à sensibilidade do transtorno e à vergonha geralmente associada a este problema. (Prado et al.,2010;Vettorazzi et al.,2012). Embora o estudo e o interesse científico pela sexualidade e pela patologia sexual existam há séculos, só a partir de meados do século XX é que surgiu um interesse com características verdadeiramente científicas, a partir dos trabalhos de (Kinsey et al.,1967; Masters et al.,1994). Marion Sims, em 1862, usou o termo vaginismo pela primeira vez para descrever contrações involuntárias recorrentes e persistentes dos músculos perineais durante a penetração, resultando em ansiedade, medo e dor (Boyer et al.,2011). A prevalência do vaginismo varia entre países desenvolvidos e em desenvolvimento devido a diferenças culturais e varia de 1 a 60%.( Ferreira et al.,2012; Yaraghi et al., 2019; Velayati et al., 2021). Episódios repetidos de vaginismo e relações sexuais fracassadas afetam a saúde sexual e o bem-estar da mulher, diminuem a autoconfiança, afetam as relações conjugais e fora de casa e levam à infidelidade e ao divórcio. Assim como a procriação define o casamento e a vida sexual saudável, o vaginismo afeta a saúde emocional do casal dentro do casamento; portanto, o tratamento e a melhora do vaginismo são de suma importância (Fageeh et al., 2011; Associação Psiquiátrica Americana, 2013; Velayati et al., 2019; Velayati et al.,2021). O objetivo do trabalho é explicar o impacto do vaginismo na saúde das mulheres.