Disfunções urinárias em mulheres praticantes de exercícios de alto impacto
Resumen
A incontinência urinária é uma doença que atinge mulheres de todas as idades que praticam exercícios e leva inúmeras delas a abandonar as atividades físicas para evitar perder urina durante o exercício. Somente a partir do fim da década de 80 começaram a surgir pesquisas abordando questões pertinentes à incontinência urinária e atividade física em mulheres atletas e não atletas. No entanto, inexistem publicações científicas sobre incontinência urinária na área da educação física, sendo o assunto pouco conhecido. Essa lacuna pode levar a negligência das questões ligadas à incontinência urinária entre as atletas e ao agravamento ou aparecimento da incontinência urinária (CAETANO, 2007). O aumento crescente de mulheres que praticam atividade esportiva impôs à comunidade científica novos desafios à pesquisa dos efeitos dessa atividade no organismo feminino, mas, para as atletas profissionais, as atividades físicas podem trazer um risco especial, devido aos efeitos negativos no sistema reprodutivo, como irregularidades menstruais (amenorreia secundária, oligomenorreia, curta fase lútea e anovulação) e no sistema musculoesquelético, no qual, além das lesões comuns às atletas, os exercícios de alto impacto podem levar ao enfraquecimento da musculatura pélvica, predispondo-as à IUE (REIS, 2011). Segundo a International Continence Society (ICS), a incontinência urinária (IU) é definida como qualquer queixa de perda involuntária de urina, que pode ser considerado um problema comum entre mulheres, com uma taxa de prevalência que varia de 10% a 55% entre as idades de 15 a 60 anos. Aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo apresentam algum tipo de IU, o mais frequente tipo é a IUE, definida como a queixa de perda involuntária de urina mediante um esforço físico, espirro, tosse ou atividade física. (REIS, 2011). A Incontinência urinária de esforço (IUE) representa uma grande barreira para a participação de mulheres em atividades esportivas, interfere em sua saúde, bem-estar e amor próprio. Em atletas, a maior prevalência é em mulheres, atletas de elite, jovens e nulíparas, geralmente praticantes de esportes que envolvam alto impacto (REIS, 2011). Sabe-se que em atletas a força da musculatura abdominal tende a ser alta, isso pode ser tanto devido à modalidade esportiva que exija essa musculatura, quanto devido o treinamento físico geral que estas são submetidas. Se houver fraqueza da musculatura do assoalho pélvico em relação a uma alta pressão intra-abdominal que é criada, podem ocorrer episódios de perda urinária quando submetidos ao esforço físico, mesmo na ausência dos outros fatores de riscos. Sendo assim, nas atividades de alto impacto, haverá uma maior solicitação de contenção e suporte por parte dos músculos do assoalho pélvico, que devem estar preparados e fortalecidos, preservando sua função, prevenindo a IUE (REIS, 2011). O objetivo do presente estudo é relacionar os tipos de atividades físicas e seus impactos na musculatura do assoalho pélvico, e demonstrar a prevenção da disfunção urinária prevalente.