Efeitos tóxicos causados pela exposição do herbicida glifosato.

Autores/as

  • Tarlles Matheus Medeiros de Sousa Centro Universitário São Lucas Ji-Paraná - UniSL
  • Beatriz da Silva Fernandes Centro Universitário São Lucas Ji-Paraná - UniSL
  • Luiza Katiellen Oliveira Santos Centro Universitário São Lucas Ji-Paraná - UniSL
  • Cleidiane dos Santos Orssatto Centro Universitário São Lucas Ji-Paraná - UniSL

Resumen

O Brasil ocupa o 44º lugar no ranking de países que mais utilizam agrotóxicos, em especial herbicidas e praguicidas (MAPA, 2021). Além disso, nos últimos 10 anos, o governo brasileiro aprovou 2.912 novos produtos químicos classificados como praguicidas para uso especialmente na agropecuária, sendo liberados 62,5% apenas nos últimos 4 anos (MAPA, 2020).  Entre os efeitos tóxicos dos praguicidas, estão a neurotoxicidade (MYERS et al., 2016), efeitos no desenvolvimento (EFSA, 2009), hepatoxicidade e câncer (MALATESTA et. al., 2008), e as vias de exposição são principalmente a respiratória através da inalação ou a via oral através ingestão (SIQUEIRA; KRUSE, 2008). Dentre os herbicidas, o glifosato ficou popularmente famoso por ser muito utilizado para o controle de ervas daninhas, em campos agrícolas, silviculturas e sistemas aquáticos (SIEPE,2017). Desde a entrada no mercado em 1974, seu uso tende a aumentar, pois foi um dos primeiros herbicidas a modificar geneticamente as lavouras para aumentar sua tolerância (BRADBERRY et al., 2004). Contendo vários nomes comerciais como: Agrisato, Bronco, Glifogan, Glifonox, Pasor, Sting. Sua apresentação mais vendida é a Roundup, conhecida também como mata-mato (OGA et al., 2008). O glifosato é um herbicida da classe organofosforado, sua formula química é o sal isopropilamina N-(fosfonometil) glicina (OGA et al., 2008), sua aplicação tem por objetivo produzir a inibição do aminoácido aromáticos da planta pela inativação da enzima 5-enolpiruvilchiquimato-3-fosfatosintase (2-3) (MONROY CM; CORTÉS AC; SICARD DM et al., 2005). Essa enzima é inexistente em animais, portanto, a citotoxicidade é considerada baixa em seres humanos (MARTINEZ et al., 2007). Além de seu uso isolado, é frequente a associação do glifosato com outros herbicidas como como a simazina, alaclor e diuron para sua maior eficácia no combate a pragas. Carmo e colaboradores (2013) afirmaram que esses herbicidas apesar de serem parcialmente solúveis e possuírem baixa pressão de vapor em um sistema de água-solo, apresentam moderada adsorção a matéria orgânica e argila, elevando sua persistência em solos, hidrolise lenta e um alto potencial de escoamento superficial, o que explica o fato de poederemcontaminar o solo, assim como as águas subterrâneas e superficiais. Levando em consideração a importância toxicológica dos praguicidas, o objetivo do presente estudo foi reunir informações acerca dos efeitos tóxicos agudos e crônicos derivados da exposição ao herbicida glifosato e elencar as medidas de controle que podem ser adotadas para minimizar os riscos da exposição a esse praguicida.

Publicado

2022-01-05

Número

Sección

Resumo Expandido - VIII Fórum Rondoniense de Pesquisa