Análise fitoquímica do extrato aquoso do fruto de Jucá (Caesalpinia ferrea Mart, Fabaceae).
Resumen
As plantas medicinais têm sido utilizadas desde os primórdios da civilização pelo ser humano na prevenção e/ou na cura de doenças, sendo este hábito culturalmente difundido de geração para geração (FEIJÓ et al., 2012). Grande parte dos medicamentos utilizados na medicina já são desenvolvidos a partir de fontes naturais, sendo 25% de plantas, 13% de microorganismos e 3% de animais (CALIXTO, 2000). Apesar das inovações ao decorrer dos tempos, a importância e confiança dos povos atuais se mantem na medicina popular com a cura através das plantas e seus produtos. É importante ressaltar que existem locais em que a fitoterapia representa o único recurso de tratamento, no entanto é freqüente a comercialização errada dessas plantas em feiras livres ou em fundos de quintais (RODRIGUES, 2005). Caesalpinia ferrea Mart., espécie pertencente a família Fabaceae, é uma leguminosa arbórea tropical que ocorre na região amazônica, sendo muito utilizada como planta medicinal e também na arborização e paisagismo urbano (DOMINGUES et al., 2006). Diabéticos utilizam a baga da mesma, para diminuir o volume da urina e sede. É utilizado também como antiinflamatória, afecção catarral, amídalas, cólica intestinal, disenteria, garganta, gota, hemorragia, reumatismo, sífilis, tosse, hemorróidas, problemas cardíacos, como expectorante, febrífuga, fraqueza geral, afecções pulmonares (SAYS, 2008). Algumas de suas propriedades terapêuticas têm sido descritas, incluindo o tratamento de feridas, contusões, tosse crônica e asma (CAVALHEIRO et al., 2009). Um dos maiores problemas para utilização terapêutica no tratamento convencional das diversas doenças é a falta de dados científicos que comprovem a eficácia e a segurança dos medicamentos preparados a partir das plantas medicinais (KRUGER, 2009). Algumas plantas apresentam propriedades medicinais que podem conter substâncias tóxicas, o que torna errado o conceito de que plantas são medicamentos naturais, portanto livres de efeitos tóxicos (SILVA et al., 2011). Visto que o uso da espécie C. ferrea para fins medicinais se dá pelo conhecimento empírico da população e que os estudos a respeito dos seus compostos fitoquímicos são escassos, se torna importante a identificação desses metabólitos. O presente estudo objetivou realizar uma análise fitoquímica do extrato aquoso do fruto de C. ferrea.