Mecanismos celular de resistência ao tratamento do câncer: Uma revisão integrativa da literatura

Autores/as

  • Nilza Rosa Teixeira Afya

Resumen

Uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo ainda permanece sendo o câncer, representando um desafio significativo para a saúde pública global. Apesar dos avanços notáveis nas terapias oncológicas, incluindo a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, a resistência ao tratamento continua sendo uma barreira crítica na eficiência dos tratamentos. A resistência intrínseca e adquirida a diversas modalidades terapêuticas, compromete de maneira significativa a eficiência do tratamento e a sobrevida dos pacientes. A resistência ao tratamento não apenas limita a eficácia das terapias disponíveis, mas também contribui para progressão da doença, recidividade e mortalidade. A complexidade multifatorial e dinâmica, envolvendo uma combinação de fatores intrínsecos e extrinsecos das células tumorais, culmina na resistência ao tratamento, característica compartilhada entre células tronco cancerígenas e células cancerígenas dormentes (células viáveis que param de proliferar), incluindo resistência à terapia e capacidade de metástase e evasão do sistema imunológico (TALUKDAR et al., 2019). Dos fatores intrínsecos envolvidos à quimiorresistência, iremos citar neste estudo as mutações genéticas e modificações no ciclo celular e vias de sinalização, que permitem às células cancerígenas evadir a morte induzida por terapias. Em alguns casos, como em câncer de mama, veremos através desta revisão que a resistência se desenvolve como resultado de alterações genéticas ou epigenéticas em vários componentes das vias de sinalização, como superexpressão de co-ativadores her2 e erα, expressão aberrante de reguladores do ciclo celular e mutações PIK3CA.  Por outro lado, iremos abordar os fatores extrinsecos que envolve a interação entre as células tumorais bem como o microambiente do tumor, incluindo células do sistema imunológico, fibroblastos, e fatores angiogênicos. Entender essas vias e mecanismos de resistência não é apenas fundamental para compreender a biologia do câncer, mas também para apresentar implicações diretas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Propostas atuais para superar a resistência incluem o desenvolvimento de inibidores de vias de sinalização e terapias combinatórias que visam diversos alvos de forma simultâneas. A imunoterapia de células CART-T oferece novas oportunidades para reverter a resistência ao tratamento e eliminar células tumorais de forma eficiente, envolve o uso de inibidores de checkpoint imunológico ou transferência celular adotiva. São protocolos que surgem como novos pilares terapêuticos dentro da oncologia. Além disso, é eminente também o avanço em tecnologias como a edição gênica CRISPR-Cas9. Sendo assim, este estudo revisará através da literatura atualizada, os principais mecanismos celulares de resistência ao tratamento do câncer, proporcionando uma compreensão profunda deste assunto, esperamos contribuir para o avanço das pesquisas e para melhorar as discussões sobre aspectos clínicos no tratamento do câncer.

Publicado

2025-01-13