A incidência de casos de Leishmaniose no estado de Rondônia correlacionada a região Amazônica
Resumen
As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidas por meio de vetores flebotomíneos infectados. Essas doenças possuem um espectro grande de manifestações clínicas, e essas diferenças estão relacionadas à espécie de Leishmania envolvida. No Brasil, a média de casos de Leishmaniose Visceral (LV) no período de 2005 a 2009 foi de 3.679 casos/ano, com uma taxa de letalidade de 5,8% em 2009. A LV é uma doença crônica e sistêmica que, quando não tratada, pode evoluir para o óbito em mais de 90% dos casos. Quanto à Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), no período de 2000 a 2009, foi registrada no Brasil uma média de 24.684 casos confirmados de LTA no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. De acordo com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, a leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa não contagiosa, com baixa mortalidade, causada por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil, as principais espécies envolvidas são L. (L.) amazonensis, L. (V.) guyanensis e L. (V.) braziliensis. As espécies de Leishmania podem variar conforme a região, e os principais vetores da transmissão são os flebotomíneos do gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente por diferentes nomes, dependendo da localização. Além disso, diversas espécies de roedores, marsupiais, endentados e canídeos silvestres foram identificados como possíveis reservatórios naturais da doença. A leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar, é uma zoonose com ampla distribuição global que pode afetar os seres humanos ao entrarem em contato com o ciclo de transmissão do parasita, transformando-se em uma antropozoonose. Os principais sintomas incluem febre irregular prolongada, emagrecimento, palidez cutaneomuosa, hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e trombocitopenia. Nos últimos 20 anos, a LV tem reaparecido de forma alarmante, com diversas epidemias urbanas no Brasil, além de ser identificada como uma infecção oportunista em pacientes com AIDS. As complicações infecciosas e hemorrágicas representam os principais fatores de risco para o óbito, tornando a identificação precoce dos pacientes fundamental para reduzir a letalidade por meio de medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Este estudo visa correlacionar a incidência de Leishmaniose no Estado de Rondônia e os oito Estados da região amazônica, de modo a descrever os tipos clínicos de manifestação da doença.