Ocorrência de Raiva dos Herbívoros em Colorado do Oeste, Rondônia

Resumen

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave que acomete mamíferos, inclusive seres humanos, os quais são infectados pelo vírus ao entrarem em contato com a saliva de um animal infectado quando são mordidos e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. O vírus do gênero Lyssavirus, é o causador da raiva da família Rhabdoviridae é uma doença que atinge o sistema nervoso central e pode ser fatal em casos onde não há prevenção da doença, logo a vacinação com a vacina antirrábica é a melhor forma de prevenção contra o vírus, pois ainda não se tem tratamento eficiente contra a doença.  A raiva possui quatro ciclos epidemiológicos: Urbano, Rural, Silvestre e Aéreo. O ciclo silvestre abrange os casos de raiva, principalmente em canídeos selvagens e saguis; o ciclo urbano em felinos e caninos; o ciclo aéreo abrange os quirópteros, e o ciclo rural, por sua vez, os animais de produção . Para garantir sua perpetuação na natureza, o vírus adapta-se em espécies as quais são denominadas por “hospedeiros naturais”, essas as quais servem como reservatórios do vírus da raiva, durante esse processo de adaptação, modificações genômicas e antigênicas são geradas com isso originam-se as variantes do vírus. Sendo assim, por vezes, apresentam algumas alterações que podem ser utilizadas como marcadores epidemiológicos, permitindo a identificação da espécie de infecção ou das variantes associadas a determinados nichos ecológicos. Os morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus por sua vez tem sido um grande transmissor da doença, trazendo prejuízos às áreas rurais, pois estes se alimentam do sangue de bovinos, gerando grandes perdas econômicas para o produtor rural (COSTA, 2011). Como essa espécie de quirópteros é abundante em regiões de exploração pecuária, países latino-americanos desenvolveram programas para seu controle, tendo em vista que a vacinação de animais domésticos não impede a ocorrência de espoliações, nem a propagação da virose entre as populações silvestres, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) por meio da Divisão de Defesa Sanitária Animal, instituiu o Plano de Combate à Raiva dos Herbívoros, que atualmente se denomina Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), executado pelo Departamento de Saúde Animal (DSA), do MAPA . O conhecimento econômico-social de ocorrência, manutenção e evolução da raiva bovina é de suma importância, tanto para esclarecer seu comportamento epidemiológico quanto para estabelecer medidas mais eficazes para o seu controle nas regiões endêmicas, no Brasil a raiva dos herbívoros pode ser considerada endêmica, alguns fatores que contribuem para que a raiva se dissemine ainda de forma insidiosa e preocupante nos herbívoros de valor  económico no meio rural no Brasil são: aumento da oferta de alimento pelo significativo crescimento dos rebanhos e o desmatamento desordenado caracterizado por macro modificações ambientais que alteram o ambiente em que os morcegos vivem.