O movimento lésbico na ditadura militar
Resumen
Para aqueles que desde a infância tiveram aulas de história no ensino fundamental e médio, é fácil compreender e associar o que foi a Ditadura Civil-Militar. Ocorrida no período de 1964 a 1985, foi um período marcado por uma série de políticas e práticas autoritárias, onde aqueles que discordavam do regime político eram caçados, torturados e mortos. Após o golpe, os militares assumiram o controle do país e retiveram o poder das mãos de seus líderes. Defendia-se que a intervenção era necessária para proteger o Brasil do comunismo, mas, na realidade, buscava-se estabelecer um governo pautado em seus próprios interesses. No entanto, um aspecto não falado ou simplesmente esquecido da ditadura foi a perseguição à comunidade homossexual, sobretudo às mulheres lésbicas. Como afirma Oliveira (2017, p. 7), “Sendo alvo da perseguição da ditadura simplesmente por serem lésbicas e isoladas politicamente pela esquerda [...]”, as mulheres lésbicas eram párias na sociedade, estigmatizadas por seu próprio gênero e isoladas pelo movimento feminista. Mesmo repreendidas pelo patriarcado, hostilizadas pelos defensores do “moralmente correto” e tendo seus direitos cerceados, o movimento lésbico brasileiro saiu das sombras e emergiu na sociedade brasileira. Assim, se torna importante falar desta comunidade que foi considerada irrelevante para a história, mostrando que os direitos e liberdades conquistados se deram a partir de muita resiliência, força e sangue.