A influência do tratamento fisioterapêutico na incontinência urinária em mulheres puérperas
Abstract
A sociedade internacional de continência (ICS) define a incontinência urinaria como qualquer perda involuntária de urina. É classificada em três tipos, sendo a incontinência urinaria de esforço (IUE) a mais comum, caracterizada pela perda de urina durante exercícios, ou aos mínimos esforços como espirar ou tossir decorrente de um aumento da pressão intra-abdominal, a incontinência urinaria de urgência (IUU), quando a perda ocorre após a sensação forte e repentina de urinar, e a incontinência urinária mista (IUM), que é a perda de urina associada à urgência e às situações de aumento de pressão intra-abdominal, ou seja, uma associação dos dois tipos anteriores (JACOB et al., 2019). A influência da IUE no estilo de vida da mulher é grande, é muito comum que elas sofram problemas físicos, econômicos e psicossociais, que interferem no convívio social, sexual e familiar. Esses problemas geram restrições nas atividades dessa mulher devido ao fato que ela pode ter medo de perder urina em público e sentir-se constrangida diante dos amigos ou familiares, levando-a a frustração, baixa autoestima e em alguns casos limitações no trabalho profissional (OLIVETTO et al., 2021). De acordo com a Sociedade Internacional de Continência, aproximadamente 16% das mulheres com menos de 30 anos e 29% das mulheres entre 30 e 60 anos apresentam incontinência urinária, sendo o tipo mais comum a IUE (incontinência urinaria por esforço), representando 78% da totalidade dos casos (CAVENAGHI, 2020). A incontinência urinária de esforço (IUE) é condição frequente no ciclo gravídico-puerperal, com prevalência de 18,6 a 75% na gestação e de 6 a 31% no pós-parto. No período gestacional, as musculaturas do assoalho pélvico sofrem sobrecarga de peso imposta pelo crescimento do útero gravídico, do feto e das mamas, além de alterações hormonais que corroboram para redução do tônus e geração de força dessa musculatura, perpetuando-se no pós-parto. Os distúrbios do assoalho pélvico podem resultar de propriedades mecânicas inadequadas das estruturas de sustentação, como o comprometimento dos músculos ou ligamentos, ou mudanças na rigidez e na fáscia pélvica, associadas a alterações em níveis hormonais durante a gravidez. A presença de IU na gestação e no pós-parto imediato
pode predizer a existência dessa condição em longo prazo (LEROY et al., 2016). O estudo tem como objetivo demonstrar a eficácia do tratamento fisioterapêutico na IUE no período de puerpério.