A utilização da cimicífuga no tratamento dos sintomas da menopausa: Uma revisão da literatura.

Abstract

O climatério marca o fim do período fértil em mulheres e ocorre em torno dos 50 anos. Fisiologicamente, é corresponde à falência ovariana em responder aos estímulos das gonadotrofinas, que, mesmo tendo seu aumento acentuado, não consegue forçar os ovários a amadurecerem mais folículos. Em decorrência disso, os hormônios ovarianos estrogênio e progesterona caem a níveis muito baixos, provocando sintomas e sinais como ondas de calor e ressecamento vaginal. Para atenuar essas manifestações, tem-se utilizado reposição hormonal farmacológica com estrogênio isolado ou em associação com progesterona, mas vários estudos revelaram aumento na incidência de câncer uterino e de mama com esta forma de terapia (AZEVEDO et al., 2016). A cimicífuga (Cimicifuga racemosa (L.) Nutt) é uma planta nativa do leste da América do Norte, onde é conhecida como black cohosh (WHO, 2002), sendo denominada no Brasil como Cimícifuga (BRASIL, 2008). Os extratos dessa planta foram usados historicamente como anti-inflamatórios e antipiréticos, dentre outras indicações, como tratamento da cólica menstrual e os sintomas do climatério (BOLLE et al., 2007). A cimicífuga foi uma das 5 ervas mais vendidas sem receita nos EUA, em 2013. Trata-se de um fitomedicamento, que já está disponível no mercado, sob a forma farmacêutica de cápsulas, comprimidos e extrato (BURDETTE, 2003). Nos períodos históricos, ela era usada como anti-inflamatório, antipirético e analgésico dentre outras indicações, como o tratamento de cólicas menstruais e nos sintomas da menopausa (BOLLE et al., 2007). Atualmente, é utilizada principalmente nos EUA e na Europa, por mulheres para aliviar os sintomas do climatério (VERMES et al., 2005). O objetivo desse estudo foi revisar a literatura científica visando reunir informações sobre o uso da Cimicífuga racemosa no controle dos sintomas da menopausa e identificar possíveis evidências científicas que justificam seu uso para esta finalidade.