Transtorno do espectro autista, conhecimentos dos enfermeiros no diagnóstico precoce, no interior de Rondônia
Abstract
Eugen Bleuler, foi o primeiro estudioso e psiquiatra que abordou o tema sobre autismo e utilizou a palavra em 1908 para nomear os pacientes esquizofrênicos. Esta condição vem sendo observada ao longo do tempo e em 1943 foi descrita por Dr. Leo Kanner, psiquiatra austríaco que realizou relatos de crianças que portavam TEA que na época denominou como um distúrbio inato do contato afetivo, ou seja, não se notava nessas crianças um interesse em manter contato com pessoas ou com o ambiente social. Além disso, identificou apresentarem dificuldades ao lidarem com mudanças ou desvios de rotina (VOLKMAR; WIESNER, 2019). O TEA é causado por combinações de fatores genéticos e ambientais, no quesito fator genético envolve genes variáveis herdados, gerando modelos diferentes de herança genética. Dessa forma, ocorre mutação no DNA mitocondrial que alteram o fornecimento de energia ao cérebro, determinando o desenvolvimento de problemas psiquiátricos (CARDOSO et al., 2019). O fator genético não atua sozinho e por sua vez é influenciado pelo fator ambiental como a idade avançada dos pais, negligência extrema no cuidado à criança, exposição a certas medicações no pré-natal, consumo de álcool, tabaco, e drogas ilícitas durante a gestação, além de contato com agentes tóxicos como o ácido valproico, chumbo, e mercúrio inorgânico (CARDOSO et al.,2019). Segundo Andrade et al., (2018) Ressaltam que a detecção precoce é necessária para a colaboração entre famílias e equipes multidisciplinares para iniciar um tratamento precoce que proporcione estimulação cognitiva, afetiva, e comportamental aos indivíduos com autismo. Os pais geralmente descobrem que o desenvolvimento da linguagem está atrasado, e atrasos no diagnóstico são uma das principais causas de estresse familiar, além de serem difíceis de aceitar. Ao detectá-lo cedo, os pais podem se sentir mais à vontade, aceitar e entender por que seu filho está se comportando de maneira atípica. A importância da atuação do Enfermeiro diante da assistência ao paciente com TEA é fundamental para a detecção precoce, pois assim vai desenvolver um plano de cuidado adequado e que permitirá evolução no desenvolvimento da criança. A atuação vai desde a avaliação inicial, acompanhamento do tratamento, educação e mediador ao apoio à família, auxiliando os pais com seus anseios e dúvidas e trabalhando para troca de conhecimentos família-profissionais com intuito de melhorar o cuidado especial da criança com autismo visando assegurar qualidade de vida (Silva Junior, 2021). Por fim, o enfermeiro na UBS pode desempenhar um papel fundamental na coordenação e integração do cuidado da pessoa com TEA. Eles podem atuar como facilitadores entre os diferentes profissionais de saúde envolvidos no atendimento do paciente, como médicos, psicólogos, terapeutas e assistentes sociais. Através desta coordenação do cuidado, o enfermeiro ajuda a garantir que as necessidades físicas, emocionais e sociais da pessoa com TEA sejam atendidas de forma abrangente e integrada. (BRASIL, 2022). Desta forma o objetivo deste estudo foi identificar a atuação dos enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde de um municipio do interior de rondônia, referente ao Transtorno do Espectro Autista, visando saber sobre o conhecimento dos profissionais das unidades referente ao tema.