Água Segura, Vida Saudável: Intervenção Educativa com Hipoclorito de Sódio na Aldeia do Povo Gavião-Ikolen em Ji-Paraná/RO
Palavras-chave:
Monitoramento da água, População em risco, Qualide microbiológica, Saúde ambiental, Saúde na escola indígenaResumo
Este projeto de extensão abordou os desafios da qualidade da água na comunidade indígena Ikolen-Gavião em Ji-Paraná, Rondônia, onde o acesso limitado à água tratada aumenta os riscos de doenças de veiculação hídrica. Apesar dos esforços governamentais para distribuir hipoclorito de sódio através do Sistema Único de Saúde, barreiras culturais e linguísticas dificultam seu uso adequado. A iniciativa combinou pesquisa-ação participativa com educação em saúde durante um evento de etnoturismo em 26 de abril de 2025. A metodologia incluiu três fases: (1) Rodas de conversa com lideranças comunitárias, revelando que 72% das famílias consumiam água não tratada, principalmente de poços artesianos e fontes superficiais; (2) Distribuição de materiais educativos visuais adaptados das diretrizes do Ministério da Saúde e 150 frascos de hipoclorito; (3) Oficinas interativas utilizando a pedagogia freireana, com mediadores bilíngues jovens superando barreiras linguísticas com os mais velhos. Demonstrações práticas mostraram técnicas adequadas de tratamento da água. Os principais resultados revelaram que, embora 38% das famílias conhecessem o hipoclorito, apenas 12% o utilizavam corretamente. O depoimento de uma liderança exemplificou essa lacuna: "Sabemos que a água do rio pode ser prejudicial, mas nem sempre sabemos como limpá-la adequadamente." A resistência cultural às mudanças no sabor e o suprimento insuficiente de água dos poços surgiram como as principais barreiras à adoção. Os jovens desempenharam um papel crucial como multiplicadores do conhecimento, com 85% dos participantes demonstrando uso correto do hipoclorito após a intervenção. O projeto destaca a necessidade de: (1) Materiais de saúde culturalmente adaptados em línguas nativas; (2) Capacitação de agentes indígenas de saúde; (3) Melhorias na infraestrutura. A colaboração universidade-comunidade mostrou-se eficaz no desenvolvimento de soluções culturalmente sensíveis, reduzindo riscos à saúde enquanto respeitava os saberes tradicionais. Esforços futuros devem monitorar mudanças na incidência de doenças e expandir metodologias participativas para outras comunidades indígenas.